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Brasil tem intenção de no futuro exportar submarinos




Por Lucas Gontcharov,

Como parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), quatro submarinos de propulsão convencional baseados na classe francesa Scorpène e um movido a energia nuclear estão sendo construídos em parceria com a França no Estaleiro e Base Naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro, como parte de um acordo firmado em 2008.


O Estaleiro e Base Naval de Itaguaí, cujas obras estão em um estado avançado de construção, é um dos mais modernos e o único estaleiro e base naval do mundo construído exclusivamente para um modelo de submarino, o Scorpène-BR (S-BR). 

A França foi o único país que na época se dispôs a transferir a tecnologia de acordo com os interesses brasileiros, excerto na questão nuclear, que está sendo desenvolvida pela Marinha do Brasil. A transferência da tecnologia francesa permitirá ao Brasil construir de forma autônoma os submarinos S-BR e SN-BR, e também desenvolver modelos próprios através dos conhecimentos obtidos. 

Em novembro de 2017, o jornal 'O Globo', noticiou que o ministro da Defesa, Raul Jungmann, havia pedido ao BNDS o desenvolvimento de um modelo de negócios para o Estaleiro e Base Naval de Itaguaí. A ideia é de que posteriormente, toda a estrutura deva ser aproveitada para a construção de embarcações destinadas a clientes estrangeiros.

Cada um dos submarinos deve chegar a custar entre € 500 milhões e € 600 milhões, e a base naval também poderia oferecer a estes clientes serviços de manutenção, como uma autêntica 'oficina de submarinos'. 

A ideia do Brasil no futuro construir e exportar submarinos é realmente excitante, mas o ministério da Defesa e o Governo Federal devem entender que manter apenas uma frota de cinco submarinos não é inteligente para um país com uma das maiores fronteiras marítimas do mundo.

É de extrema importância manter a cadência de construção de submarinos para a Marinha do Brasil, e uma nova encomenda de 10 embarcações, por exemplo, poderia manter o Estaleiro funcionando por mais de duas décadas, tanto construindo, como oferecendo manutenção as embarcações. 

É fato que o mercado de submarinos é muito lucrativo, mas o preço estimado que cada embarcação brasileira para a exportação tenha é consideravelmente elevado em comparação com os modelos existentes. O mais inteligente a se fazer, é focar na diminuição dos custos e buscar potenciais clientes na África e América do Sul. 

Lembramos que a frota de submarinos dos países sul-americanos, com exceção do Chile, vem envelhecendo rapidamente, o que pode se tornar em um futuro próximo, uma grande oportunidade para indústria naval brasileira. 

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